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Os EUA enfrentam uma escassez substancial de mão de obra em vários setores, à medida que a taxa de desemprego cai rumo aos 4% e a população economicamente ativa fica mais velha, segundo prevê um importante grupo empresarial.

O tempo necessário para preencher uma vaga hoje é o maior em ao menos 16 anos, e o número de pessoas que deixam seus empregos voluntariamente é o maior desde a recessão. Com isso, se intensificou a dificuldade de achar mão de obra, o que pressionando salários para cima e espreme o lucro das empresas, de acordo com informe do The Conference Board.

Se os EUA não entrarem em recessão, o índice de desemprego, atualmente em 5%, vai cair mais 1 ponto percentual, e o ritmo de crescimento dos salários vai acelerar-se para 3% a 3,5% em 2017, 1 ponto percentual a mais, de acordo com o grupo empresarial.
 
Uma longa lista de atividades sofrerá falta expressiva de mão de obra, como terapeuta ocupacional, enfermeiro e operador de fábricas e máquinas. Texas e Colorado estão entre os Estados com mercado de trabalho mais apertado.

"Estamos muitos perto do emprego pleno e ainda temos essa tendência de crescimento muito baixo na oferta de mão de obra para os próximos 15 anos; e há muito pouco que possa ser feito, a não ser uma grande reforma na imigração", disse Gad Levanon, economista-chefe para a América do Norte no The Conference Board.

"A implicação disso é que está mais difícil encontrar funcionários e há mais aceleração nos custos com mão de obra".

O mercado de trabalho vem ficando mais apertado mesmo com o atual crescimento econômico moderado, o que é um enigma para os diretores do Federal Reserve (Fed, o banco central dos EUA) em sua decisão sobre a próxima elevação das taxas de juros. Uma pergunta que a presidente do Fed, Jane Yellen, e colegas tentam responder é se há uma "folga" escondida na força de trabalho - por exemplo, pessoas trabalhando em tempo parcial porque não encontram empregos em horário integral.

O baixo crescimento dos salários sugere que ainda há uma folga considerável, mas alguns indicadores de aumento de salários começam a se mexer. Na semana passada, a pesquisa do Fed conhecida como Livro Bege destacou que a firmeza do mercado de trabalho começa a resultar em maiores salários em quase todo os EUA.

Embora a demanda por trabalhadores tenha sido suficiente para convencer alguns americanos a voltar a trabalhar, a saída constante dos "baby boomers" (os nascidos na explosão populacional do pós-guerra nos EUA) da força de trabalho deverá pesar no longo prazo. Isso é boa notícia para os funcionários, disse Levanon, porque deverá significar que os salários vão subir mais rapidamente.